O Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência em saúde pública internacional em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia por conta da nova variante da mpox.
Ela sempre esteve muito presente no continente africano, mas desde que chegou à países europeus em 2022, tem preocupado a comunidade de saúde pública. O estado de emergência foi declarado após seis países africanos terem registrado uma nova variante da mpox. Depois disso, dois outros países fora do continente africano também registraram casos da doença: Suécia e Tailândia.
O que é a mpox?
Segundo o médico infectologista Dr. André Cotia, a mpox é uma infecção viral zoonótica semelhante à varíola que pode ser contraída através de contato físico próximo, incluindo contato sexual, com uma pessoa infectada ou materiais contaminados.
“A mpox geralmente é autolimitada, mas casos graves podem ocorrer, especialmente em pacientes imunocomprometidos. A doença pode ser fatal, especialmente em populações vulneráveis, mas a maioria dos pacientes se recupera entre duas a quatro semanas. Efeitos a longo prazo são raros, mas podem incluir cicatrizes na pele e infecções bacterianas secundárias”, explicou.
Como detectar a mpox?
A doença geralmente se manifesta com uma erupção vesiculopustular característica, frequentemente envolvendo a região anogenital, além de febre, inchaço pelo corpo e dor muscular. Pessoas imunocomprometidos, crianças, mulheres grávidas, e homens que fazem sexo com homens (HSH) são os que possuem maior risco de contaminação.
Tratamento
André Cotia explica que o tratamento de suporte é a principal abordagem, com opções antivirais disponíveis para essas situações. “Medidas preventivas que incluem vacinação contra varíola para grupos de alto risco e intervenções de saúde pública, como rastreamento de contatos, isolamento de indivíduos infectados e educação sobre práticas seguras, são algumas das medidas que podem ser eficazes.
Risco de nova pandemia
A infectologista Dra. Cydia Alves minimiza o risco de uma nova pandemia global, entretanto, ela alerta que a nova variante da mpox pode chegar ao Brasil. “O risco de se transformar numa pandemia é baixo porque a doença está restrita a África Central, porém nada impede que tenhamos casos em outros países como aconteceu em 2022. A mpox recebeu muita atenção quando tivemos surtos em múltiplos países, inclusive no Brasil. Naquela ocasião, com o vírus Clado I, foram registrados casos aqui no Brasil e no mundo e a taxa de mortalidade era de 10,6% entre crianças e adultos na Republica Democrática do Congo. Baseados nestas evidencias passadas, podemos dizer que o Clado II que circula na África Ocidental e Central neste momento, pode sim se disseminar para o Brasil e outros países”, ressaltou.
Com capacidade de se espalhar mundialmente, a mpox representa um risco significativo para a saúde pública, mas a dinâmica de transmissão diferente da Covid-19, aponta para um cenário menos provável de uma nova pandemia.
Entretanto, desde 2022, são quase 100 mil mortes pela doença em todo o mundo e, apenas no Brasil, mais de 10 mil casos da doença foram registrados e 16 óbitos ocorreram desde então. Somente em 2024, foram confirmados 791 casos da variante mais comum da doença. Até o momento não há relatos da nova variante no Brasil.