Ex-pugilista Maguila morre em clínica de Itu

Um dos mais importantes nomes do boxe brasileiro, Maguila faleceu na quinta-feira (24). Ele vivia em uma clínica na cidade de Itu desde 2020.
José Adilson Rodrigues dos Santos tinha 66 anos e sofria de encefalopatia traumática crônica (ETC), conhecida como demência pugilística, uma doença semelhante ao mal de Parkinson. A ETC é uma doença neurodegenerativa progressiva que causa declínio cognitivo, alterações de comportamento e problemas de memória, resultante da destruição dos neurônios causada por golpes repetitivos na cabeça. Maguila havia sido diagnosticado com ETC há mais de uma década.
O ex-lutador estava internado há quase um mês após ter sido diagnosticado com um nódulo no pulmão.
O velório de Maguila ocorreu no Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na sexta-feira (25).

Carreira

Maguila foi boxeador profissional entre 1983 e 2000, conquistando seis títulos ao longo de sua trajetória, entre eles o título mundial de boxe na categoria peso-pesado, sendo o primeiro brasileiro a alcançar essa conquista. Encerrou a carreira profissional em fevereiro de 2000, após uma derrota por nocaute.
Em 17 anos como lutador, Maguila disputou 85 lutas oficiais, com 77 vitórias, sete derrotas e um empate. Além do título mundial, ele conquistou um Campeonato Sul-Americano, um Campeonato Brasileiro, cinco campeonatos continentais e um Campeonato das Américas.
Sua luta mais importante aconteceu em 15 de julho de 1989. Então segundo colocado no ranking do Conselho Mundial de Boxe, Maguila enfrentou o norte-americano e pentacampeão mundial Evander Holyfield. Apesar das expectativas, o brasileiro foi nocauteado no segundo round.

A Clínica

O ex-boxeador recebia tratamento paliativo para melhorar a longevidade e a qualidade de vida no Centro Terapêutico dos Anjos, em Itu. Maguila chegou à clínica em uma maca, em estado debilitado e crítico.
Inicialmente, ele deveria permanecer seis meses em tratamento, mas acabou se tornando um residente monitorado, com cuidador em tempo integral e liberdade para sair do centro de terapia quando desejasse.
O tratamento mostrou resultados, e em pouco mais de oito meses Maguila conseguiu controlar os efeitos da doença, inclusive mantendo um saco de boxe no quarto que ocupava.