A problemática envolvendo os moradores que vivem em situação de rua gera um constante debate social sobre essas pessoas. Entretanto, nas últimas semanas, essa discussão se estendeu para os setores da segurança e da saúde pública.
Ocupando as ruas, praças e outros espaços públicos, eles acabam intimidando moradores e, em algumas situações, causando temor na sociedade, já que muitos deles fazem o uso de bebidas alcoólicas e drogas. E, para manter o vício, eles acabam se envolvendo com a criminalidade, como apontou o comandante da Polícia Militar em Salto, capitão Danillo Lopes de Andrade, em uma reunião que discutiu a segurança aos comércios na região central.
Devido a essa população ser o que a Secretaria de Ação Social e Cidadania chama de “flutuante e rotativa”, não há um número exato de moradores em situação de rua vivendo em Salto. Entretanto, até abril, foram 89 atendimentos realizados no Centro Pop, espaço destinado a acolher e aconselhar essa população.
Mas, apenas das tentativas de reinserção na sociedade, a população de rua vem em uma crescente na cidade, desde 2019, cujo aumento acentuou-se durante a pandemia da Covid-19 e as crises econômicas do país.
Na região, os moradores em situação de rua também estão sendo alvo de reclamação. Em Itu, por exemplo, comerciantes da rodoviária estariam incomodados com os inconvenientes que essas pessoas ocasionam, sobretudo em relação ao consumo de drogas e a sujeira deixada nos arredores do terminal rodoviário. No Centro Pop de Itu, segundo dados recentes divulgados pela Prefeitura local, cerca de 50 pessoas por dia recebem refeição e outros serviços oferecidos no local.
Em Indaiatuba, são cerca de 120 pessoas que vivem vagando pelas ruas da cidade, o que tem obrigado a Prefeitura da cidade a fazer um trabalho intenso de orientação e acolhimento, embora muitos dos abordados sejam resistentes. O prefeito Nilson Gaspar falou abertamente sobre o envolvimento de alguns desses moradores com a criminalidade e cobrou da Justiça mais rigor com a aplicação da Lei.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nos últimos 10 anos, a população de rua no Brasil chegou a 227 mil pessoas até agosto de 2023, um salto de 935,31% em comparação à mesma pesquisa divulgada em 2013, que contabilizava quase 21 mil.